Já implodiu há muito tempo...
  O que o Vasco vive não é uma fase, é algo que, ano após ano, só parece ter como solução uma eutanásia. Não escrevo sobre o Gigante há um bom tempo; não porque "o sentimento acabou", mas porque não há como descrever o que eu e milhões de vascaínos sentimos desde o ano passado.

  2012 já havia sido traumático. Perdemos de forma humilhante duas finais de turno, fomos eliminados da Libertadores de forma dramática e, durante o Brasileirão, vivemos uma crise surreal, com o desmontamento de uma equipe vencedora e com algumas derrotas inexplicáveis. Além disso, é impossível não lembrar do eterno calote na CEDAE (algo que ainda renderá risadas por parte dos rivais por mais umas três décadas) e a morte do menino Wendel no CT de Itaguaí. Ainda assim, engolimos a seco todos os problemas e seguimos em frente.

  O início do ano não prometia muita coisa, com um planejamento torto feito pelo "leite de pedra" René Simões. Mesmo assim, a gente tentava manter o otimismo. Veio o Carioca e o time conseguiu perder uma final de turno e não ficar nem entre os cinco primeiros na Taça Rio (me corrijam se eu estiver errado). Passamos um mês sem jogar e, no início - início mesmo - do Brasileirão, parecia que o time conseguiria surpreender positivamente a todos.

  Estávamos ligeiramente iludidos. Quando começamos a enfrentar times grandes, levamos goleadas homéricas. Tudo isso graças, não só ao planejamento mal feito por parte da diretoria, mas também pelo pífio trabalho de Paulo Autuori, que falava bem mas treinava mal. O clube demorou a mandá-lo embora e o Vasco cambaleava no campeonato. Veio Dorival Júnior e, no início de seu trabalho, conseguiu mudar pra melhor o time. Juninho e Fagner haviam retornado, Guiñazú e Montoya foram contratados e o time dava sinais de que o ano poderia ser salvo. Vivemos um bom momento, é verdade, nosso futebol melhorou bastante com Dorival, mas...

  Mas veio o segundo turno e Dorival mostrou-se um completo covarde. Perdemos jogos absurdos, que estavam nas nossas mãos (o jogo de ontem foi o maior exemplo disso); insistimos em jogadores que não deveriam ser  chamados de profissionais (Nei, Cris, Wendel) e conseguimos passar o campeonato inteiro sem um goleiro de verdade. Sim, porque a sagrada trindade Diogo Silva, Michel Alves e Alessandro só pode ser boa em outra dimensão. Carlos Germano, grande ídolo de nosso clube, mostrou-se mesquinho e arrogante por bancar tais goleiros no time e impedir que o clube fosse atrás de um goleiro minimamente decente.


  Não dá pra dizer que não houve um ponto positivo. A dispensa de Carlos Alberto, as chegadas de Willie e - hoje eu posso dizer isso, mas meses atrás jamais falaria algo do tipo - Pedro Ken, a entrada de jogadores da base como Thalles e a consolidação de Jomar e Marlone são coisas que o Vasco tem que levar adiante em 2014. Entretanto, não temos condições de prever o futuro. Ainda é difícil lembrar de um passado tão recente e acreditar num presente tão frustrante.

  Ainda temos 7 rodadas pela frente e estamos a 3 pontos do 16º colocado. Não parece tão difícil, mas já estou cansado de fazer contas e de fazer tal afirmação toda rodada. Ao que tudo indica, o time não vai acordar a tempo; acredito que só a torcida vascaína pode tirar o clube dessa lama. O Vasco pode também rebaixar mais um ídolo, e é incrível como só o Vasco consegue dar tanta melancolia a quem lhe deu tantas glórias. O Gigante, hoje, é um paciente terminal. Tudo isso graças a mediocridade e arrogância daqueles que comandaram e comandam atualmente o clube. O ethos vascaíno é de fracasso e avareza graças a essas pessoas. Não consigo mais demonstrar tamanha esperança, isso "eles" já sugaram. O que fica é o meu amor à Cruz de Malta e o sonho de um dia (re)ver o verdadeiro Club de Regatas Vasco da Gama.



Pro que der e vier, estaremos juntos, Vascão.

PapoCruzmaltino

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